quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Loucura Tardia

Sei perfeitamente que o mundo não gira em volta do meu umbigo. Mas só eu sei como me senti, não tu, nem mais ninguém. Fizeste-me sentir mais pequena que o grão do pó que cobre as pedras da calçada, esventrada e de alma traída. Só eu sei, não tu, nem mais ninguém, como me senti perdida, para além de tonta, parva e ridícula.
Estarei confusa, demasiadamente envolvida, ou entranhada numa ideia peregrina que me levará a mente a uma loucura tardia? Talvez. Só assim justifico o quanto me firo na lança da desconfiança.
Mas como tu bem sabes, sou humana, tempero de mulher imperfeita com muito coração e muito sangue quente a correr na veia. Aqui não mora nenhuma ameixa negra seca, ao contrário de ti, quando te serves perante mim num ser frio, duro, quase a roçar ao corrosivo.
Deve ser por me saberes uma eterna romântica ou quiçá uma alma perdida, que de vez em quando o coração é-me sugado para te encher de vida, e sempre que me dou em doces prestações, tu abres a mão e matas-me de seguida.

1 comentário:

  1. Esse teu coração é tão cheio de vida que consigo imaginar as mortes que sentes sempre que te dás por inteira.
    Resistir é difícil mesmo quando a razão nos diz o que fazer :)
    Beijos grandes e um excelente fim de semana :)

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