sábado, 31 de janeiro de 2015

Segredos
































Há segredos tão só nossos, 
que não devemos revela-los nem sequer a nós próprios...



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Cicuta


Antes de me
ver caída
de joelhos ao chão
à mão do teu chá
de Cicuta,
ver-te-ei, 
(recostada na poltrona 
dura da vida e na primeira fila),  
morrer em primeiro lugar
envenenado
na tua própria
mordida.

Se soubesses das vezes que as minhas entranhas dão um nó de raiva e agonia, tu fugias!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Crime






























Como é possível vencer esta impotência, 
quando me castigas 
com esse teu olhar de reprovação e indiferença!?
O meu crime é só (de) um...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Loucura Tardia

Sei perfeitamente que o mundo não gira em volta do meu umbigo. Mas só eu sei como me senti, não tu, nem mais ninguém. Fizeste-me sentir mais pequena que o grão do pó que cobre as pedras da calçada, esventrada e de alma traída. Só eu sei, não tu, nem mais ninguém, como me senti perdida, para além de tonta, parva e ridícula.
Estarei confusa, demasiadamente envolvida, ou entranhada numa ideia peregrina que me levará a mente a uma loucura tardia? Talvez. Só assim justifico o quanto me firo na lança da desconfiança.
Mas como tu bem sabes, sou humana, tempero de mulher imperfeita com muito coração e muito sangue quente a correr na veia. Aqui não mora nenhuma ameixa negra seca, ao contrário de ti, quando te serves perante mim num ser frio, duro, quase a roçar ao corrosivo.
Deve ser por me saberes uma eterna romântica ou quiçá uma alma perdida, que de vez em quando o coração é-me sugado para te encher de vida, e sempre que me dou em doces prestações, tu abres a mão e matas-me de seguida.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Ele




























Ela vive um afecto legítimo,
mas é por ele que o seu coração 
morre todos os dias,
a cada dia.
Ele, o maldito, 
aquele do seu eterno desassossego,
que nem a distância 
nem o tempo lhe cria desapego.
Mas ainda assim,
gosta de o ter
e de o sentir por perto,
mesmo sabendo que a matéria, 
jamais lhes será entregue.