Gostava de poder dizer que não existes, que és fruto da minha fértil imaginação, mas não posso.
Gostava de poder dizer que não te conheço, que nunca atravessaste o meu caminho afectivo, mas não posso.
Gostava até de poder dizer que não te penso, que não sinto a tua falta, nem que não te tenho entranhado na veia do meu desassossego, mas não posso.
Gosta de ter todo esse poder, mas ainda não consegui atingir o auge desse momento áureo, o de te fazer passar à história na minha sádica memória, como se tivesse sido abatida por um ataque de amnésia vitalício.
Agora digo-te, se eu fosse dona do meu sentir, há muito que te tinha banido do meu artefacto bicho-do-mato. Lamentavelmente esse meu feito permanece adiado por tempo indeterminado.
Para mal do meus pecados, continuo a ficar irada e destemperada quando me ignoras por vingança e retaliação, principalmente quando sei que estás mesmo ali, disponível, para o demais "inferno feminino".
Tantas me hás-de fazer que um dia vens e eu já estou bem longe, a anos luz de ti.
Sabes meu querido, há pianos de cauda muito bonitos, mas quando desafinados, já não valem a pena serem tocados.
Há pessoas que demoram mesmo quando chegam cedo...
ResponderEliminarUm beijinho, Maria Flor
:), pois é Miss Smile.
ResponderEliminarEstes relógios ainda não foram inventados. Mas certo é que os planos invertidos, ou paralelos, tentam oscilar com vista a respetiva interseção, mas sem grande sucesso. Há dimensões impossíveis de atingir. Já me resignei e baixei os braços.
Beijinho grande com grande estima e admiração.
Maria Flor...esperar...esperar e não poder dizer que não espera....
ResponderEliminarO dizer que "não posso".... é difícil dizer "posso". Custa. Mas aprende-se! Sofre-se. Mas o dom da liberdade é inesgotavemente delicioso!!!
Numa das muitas leituras! Aliás, ninguém te obriga a tocar pianos desafinados!
ResponderEliminarBeijo Maria!
"A pessoa inteira é um actor, não um reactor. O
colunista Sidney Harris conta uma história em que
acompanhava um amigo à banca de jornais. O amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas como
retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando
o jornal que foi atirado em sua direcção, o amigo
de Harris sorriu polidamente e desejou um bom fim de
semana ao jornaleiro. Quando os dois amigos desceram
pela rua, o colunista perguntou:
"Ele sempre te trata com tanta grosseria?"
"Sim, infelizmente é sempre assim".
"E você é sempre tão polido e amigável com
ele?"
"Sim, sou".
"Por que você é tão educado, já que ele é tão
indelicado com você?"
"Porque não quero que e/e decida como eu devo
agir".
A implicação desse diálogo é que a pessoa inteira
é "seu próprio dono", não se curva diante de qualquer
vento que sopra; ela não está à mercê do mau humor,
da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros.
Não são os ambientes que a transformam, mas.ela que
transforma os ambientes."